Atividades Experimentais com materiais de fácil acesso para a Extração de Óleos Essenciais: Hidrodestilação e Arraste a Vapor

Resumo

Introdução

As atividades experimentais no Ensino Médio, se bem elaboradas, surgem como um

instrumento capaz de favorecer o processo de ensino e a abordagem de conceitos químicos.¹ Existem três principais abordagens de atividades experimentais, que são: demonstrativa, de verificação e investigativa, nesta última o estudante participa ativamente de todas as fases do experimento, promovendo a construção do próprio conhecimento. O professor orienta o processo de aprendizado, propondo ajustes quando necessário e permitindo o desenvolvimento de habilidades cognitivas superiores através da resolução de problemas químicos.² As atividades experimentais investigativas não são organizadas em um "roteiro experimental" com resultados predefinidos, nem são baseadas exclusivamente na mera observação para construir o conhecimento.³ .Com isso, é importante avaliar se os alunos têm uma compreensão mais profunda quando não possuem um procedimento experimental previamente definido, mas sim buscam o conhecimento de forma autônoma. Neste trabalho será relatado o desenvolvimento de atividades experimentais, utilizando materiais alternativos de fácil acesso, para a extração de óleos essenciais. Os óleos essenciais são compostos químicos voláteis, que possuem fragrância agradável e alguns possuem atividades antimicrobianas e antioxidantes. Geralmente, são extraídos de plantas pelo processo de destilação, sendo o mais comum por hidrodestilação (o material a ser destilado fica em contato com a água) e arraste a vapor (o material não entra em contato direto com a água).⁴

Metodologia

As atividades experimentais foram aplicadas em cinco turmas da 1ª série do Ensino Médio, em uma escola pública no Sul de Santa Catarina. Foi proposto aos estudantes o desafio de construir um destilador caseiro, utilizando materiais alternativos de baixo custo, para a extração do óleo essencial de canela, cravo da Índia, eucalipto, limão e laranja. Os dados foram coletados por meio de questionários prévios, pesquisa teórica, apresentação do resultado obtido no experimento e relatório. 

Resultados

Como resultados parciais, os estudantes construíram 21 tipos de destiladores caseiros, destes apenas duas equipes (que extraíram os óleos do eucalipto e da laranja) realizaram o processo de arraste a vapor, enquanto as demais utilizaram o processo de hidrodestilação. Por meio das respostas aos questionários, os estudantes destacaram aspectos positivos das atividades experimentais, conforme os relatos: “Eu nunca tinha feito algo assim, então me senti um peixe fora d’agua, mas gostei, pois, foi algo legal de se aprender, ver que da água quente, vai para a água gelada e nisto sai óleo” - Aluno 1. “Foi legal ver como foi feito e que deu certo, mesmo primeiro dando errado, a gente conseguiu solucionar o problema fazendo dar certo” - Aluno 2.

Conclusões

O propósito foi permitir que os alunos desempenhassem um papel ativo na construção do conhecimento. Foi perceptível durante a execução dos experimentos, o empenho e a dedicação dos estudantes em garantir que o destilador funcionasse corretamente. Acredita-se que isso promoveu uma maior motivação para o aprendizado da Química, relacionando conceitos do cotidiano com o conteúdo abordado em sala. Além da aprendizagem do conteúdo, a cooperação entre os colegas das equipes para superar os desafios, inerentes do desenvolvimento de experimentos investigativos, foi importante para que as equipes atingissem o objetivo de extrair as substâncias responsáveis pelas características de determinados óleos.