Ela pode jogar?
A presença de atletas transgêneros e intersexo como uma questão sociocientífica no esporte
Palavras-chave:
CTS, Gênero-sexualidade, LGBTfobiaResumo
Este minicurso tem como objetivo promover uma compreensão aprofundada da relevância das discussões sobre gênero e sexualidade no ensino de ciências/química (Macedo & Lopes, 2019), utilizando como base uma questão sociocientífica (QSC) (Batinga & Barbosa, 2021; Pérez, 2021) sobre a participação de pessoas transexuais e intersexo em eventos esportivos. As discussões de gênero e sexualidade podem ser abordadas por diferentes perspectivas e desenvolvidas a partir de propostas diversas, de modo a ampliar a discussão em vias de contribuir com uma educação mais diversa e democrática (Bento et al., 2023, 2024). As questões sociocientíficas podem ser definidas como temas polêmicos e controversos presentes na mídia cuja compreensão exige a mobilização de conhecimentos científicos e tecnológicos, ampliando e aprofundando as possibilidades de trabalhos no enfoque das relações CTS (Pérez & Lozano, 2013; Pérez, 2021). O tema do minicurso, envolvendo atletas transexuais e intersexo no esporte, é justificado pela premissa de que a sexualidade humana desempenha um papel crucial no desenvolvimento individual e nas formas de relacionamento entre as pessoas, haja vista o imperativo de criar condições e oportunidades para discutir temas relacionados à educação sexual, gênero e LGBTfobia em diferentes contextos sociais (Bento et al., 2023, 2024). Enquanto a definição do espaço adequado para discussões e reflexões sobre gênero e sexualidade não é resolvida, as violações relacionadas a esses temas continuam a se acumular (Oliveira, 2020; Pontes & Simões Neto, 2017). O silêncio, a evasão e o boicote a essas questões retardam o avanço na compreensão desses problemas e, consequentemente, no desenvolvimento de estratégias eficazes para enfrentá-los. Portanto, é crucial estabelecer e promover espaços de diálogo, informação e respeito, na área de Educação e Ensino de Ciências/Química, ao permitir abordagens que viabilizam entender, enfrentar e reduzir as violações e preconceitos existentes. No minicurso, a relação entre as questões de gênero e as QSC será usada como estratégia teórica e prática, no contexto de um tema polêmico, ao instigar discussões que são marcadas por tabus e preconceitos, em algumas esferas sociais, ao mobilizar discussões provenientes de conhecimentos científicos, discorrendo sobre uma temática de interesse à formação de cidadãos mais críticos e à promoção de conhecimentos e de habilidades argumentativas, através de um júri simulado (Batinga & Barbosa, 2021; Bermon, 2014; Oliveira & Soares, 2005; Photopoulos, 2021). A proposta visa problematizar a inclusão de discussões sobre gênero e sexualidade na formação docente em Química do ensino superior, a partir de uma QSC, ao analisar a estrutura molecular, de funções dos hormônios sexuais humanos, ao examinar as controvérsias relacionadas à participação de pessoas transexuais e intersexo no esporte de alta performance, com foco especial nas Olimpíadas e nos critérios adotados pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para a participação de atletas, com a realização de um júri simulado no qual os participantes deverão responder à pergunta: ela pode jogar? (Bermon, 2014; Faustino, 2024; Macedo, 2019; Photopoulos, 2021; Pontes & Simões Neto, 2017).
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